segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Um retrato da “pobreza feroz” de Trás-os-Montes nos anos 80

 As imagens que o fotógrafo autodidacta Eduardo Perez Sanchez registou na região de Trás-os-Montes, entre 1982 e 1989, passaram as últimas décadas guardadas, escondidas do olhar público, em rolos fotográficos num "vasto baú de negativos". "Depois dessa década de registos, nunca mais fotografei Trás-os-Montes", conta ao P3, em entrevista. "Mas sempre conservei os negativos dessa época na esperança de, um dia, ter tempo de me debruçar sobre eles." O dia chegou quando, finalmente, se reformou, pouco antes do estalar da pandemia de covid-19. "Mandei digitalizar tudo e comecei a pensar que este tema merecia um livro específico", conta. 

E assim nasceu Trás-os-Montes, Uma Visão a Preto e Branco sobre as Gentes e o seu Viver na Década de 1980, que resume as suas incursões pelas aldeias de Agordela, Calvo, Sá, Santa Valha, Vilarandelo, entre outras (que a sua memória já não alcança).

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Essa amargura e saudade está patente nos rostos das mulheres que fotografou, observa. "São rostos duros, que mostram marcas do tempo. Uma das imagens [a segunda desta fotogaleria] retrata uma mulher viúva debruçada sobre uma janela por onde parece escorrer um líquido negro; essa mancha simboliza as suas lágrimas." A dureza da saudade, trabalho, do clima inóspito e a "pobreza feroz" contrastava com a alegria de viver que transbordava nas expressões das crianças das aldeias. "Elas viviam sob uma espécie de liberdade que já não existia nas cidades, andavam por onde queriam, faziam o que lhes apetecia. Eram muito alegres e gostavam de ser fotografadas." 

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Fonte

domingo, 24 de outubro de 2021

ARTE de RUA