Manifesto
Manifesto Aberto dos Indignados Lisboa
Somos pessoas comuns. Pessoas com deveres , direitos e
responsabilidades. Pessoas que se levantam todas as manhãs para estudar,
trabalhar ou procurar emprego. Pessoas que têm família e contas para
pagar. Pessoas que trabalham arduamente para proporcionar um futuro
melhor àqueles que os rodeiam.
Este é um movimento aberto, apartidário e não-violento , com uma
estrutura horizontal sem líderes. Condenamos de forma clara o sistema
político, económico e social. Recusamo-nos a ser escravos e reféns de
uma classe política privilegiada e corrupta, de um sistema eleitoral
fechado às pessoas, e de uma economia de mercado sem regras nem ética,
que a todos nos deixa indefesos e sem voz.
Defendemos uma democracia verdadeira assente nos seguintes princípios e normas de funcionamento:
1. Estabelecimento gradual de uma democracia participativa em quesejam as pessoas a tomar as decisões relevantes para si próprias.
2. Reforma da lei eleitoral de modo a que:
- O voto de todos os portugueses tenha o mesmo valor e representatividade.
- As eleições não sejam um exclusivo de partidos mas permitam candidaturas de cidadãos e colectivos.
- Os mandatos sejam revogáveis, o programa eleitoral seja vinculativo e a sua alteração só possa ocorrer mediante referendo.
3. Fim dos privilégios da classe política
(reformas, imunidades, etc). Rigor nas incompatibilidades no exercício
de cargos públicos e moldura penal agravada para os crimes cometidos no
desempenho destas funções.
4. Transparência em todos os actos do Estado e
acesso dos cidadãos a toda a documentação sobre contratos, receitas e
despesas públicas.
5. Acabar com as práticas públicas de favorecimento
dos interesses privados que atravessam o Estado. Regulação efectiva das
entidades financeiras (banca, seguradoras, etc), de forma a evitar a
especulação dos mercados.
A responsabilidade de refundar a democracia, de construir um mundo
diferente, mais justo, mais solidário, recai sobre todos nós. Juntos em
Portugal, unidos a todos os que no mundo resistem e se revoltam, devemos
lutar por resgatar aquilo que quase já se perdeu – a dignidade humana.
O futuro é de todos nós: dos nossos avós, dos nossos pais, e sobretudo dos nossos filhos.
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