sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Almada Negreiros, o homem que quis comer todas as artes

Almada Negreiros, Teatro da República, Lisboa, 1917











Escrita interventiva / Escrita literária

Na obra de Almada é difícil separar com precisão a escrita propriamente interventiva da escrita literária; se novelas como A engomadeiraSaltimbancos e K4 O Quadrado Azul têm um poder inventivo distinto da imediaticidade provocatória dos célebres Manifesto Anti-DantasUltimatum Futurista às Gerações Portuguesas do Século XX e Cena do Ódio, "liga-os uma mesma obstinação de comunicação direta, através de uma consciência, então rara, da simbologia social da linguagem". Composta por textos de natureza e função aparentemente diversa, como A Invenção do Dia ClaroO Menino d’Olhos de GiganteNome de GuerraDireção Única ou peças teatrais como Deseja-se Mulher, a escrita de Almada é, afinal, unitária no seu discurso afirmativo. "Entre o ver e a visão, o simbolismo parabólico e o pragmatismo coloquial, numa escrita solar da ordem da comunicação pública. Mesmo os seus textos teórico-políticos, reunidos sob o título genérico Ver, não se afastam de uma fusão «impossível» entre discurso direto e discurso simbólico, numa espécie de vontade limite de uma escrita inclassificável ou de uma linguagem – Almada"[51].






Algumas obras

  • 1915 | FrisosOrpheu vol. 1, pp. 51–59 (prosas) (eBook) | A Cena do Ódio (poesia) (eBook) | A Engomadeira (novela) (eBook) | O Sonho da Rosa (bailado, realização) | Manifesto Anti-Dantas e Por Extenso (eBook)
  • 1916 | Manifesto em apoio a 1.ª exposição de Amadeo de Souza Cardoso - Liga Naval de Lisboa (eBook) | Litoral (poesia) (eBook) | Mima Fataxa Sinfonia Cosmopolita (novela) | Saltimbancos (novela).
  • 1917 | Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do Século XX (conferência, publicada na revista Portugal Futurista) | K4, O Quadrado Azul (novela) (eBook)
  • 1918 | O Jardim da Pierrette (bailado) (eBook)
  • 1919 | Histoire du Portugal par Coeur (poema em prosa).
  • 1921 | O Menino do Olhos de Gigante (poesia) | A Invenção do Dia Claro (eBook)
  • 1924 | Pierrot e Arlequim (teatro).
  • 1925 | Nome de Guerra (romance); editado em 1938 | Autorretrato num grupo (pintura).
  • 1926 | A Questão dos Painéis; a história de um acaso de uma importante descoberta e do seu autor (ensaio)
  • 1929 | Decorações murais, Cine San Carlos, Madrid | Deseja-se Mulher / SOS (teatro), 1928-29.
  • 1932 | Direção Única (conferência).
  • 1933 | Arte e Artistas (conferência).
  • 1935 | Maternidade (pintura).
  • 1936 | Duplo Retrato (pintura), 1934-36.
  • 1938 | Vitrais para a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, Lisboa, 1934-38.
  • 1940 | Vitrais, Pavilhão da Colonização, Exposição do Mundo Português, Lisboa.
  • 1942 | Homenagem a Luca Signorelli (pintura).
  • 1947 | Pinturas murais na Gare Marítima de Alcântara, 1945-47.
  • 1948 | Pinturas murais na Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos, 1946-48.
  • 1950 | Theleon e a Arte Abstrata (palestra) | A chave diz: faltam duas tábuas e meia de pintura no todo da obra de Nuno Gonçalves (ensaio).
  • 1954 | Retrato de Fernando Pessoa (pintura).
  • 1961 | Decoração das fachadas de edifícios na Cidade Universitária de Lisboa: Faculdade de Direito; Faculdade de Letras; Reitoria, 1957-61.
  • 1969 | Começar, desenho inciso na parede do átrio de entrada da sede da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1968-69.

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