A
influência de Lenine já não é a mesma, e não teria sido necessário esperar cem
anos desde a revolução bolchevique para perceber como o legado do líder soviético tem sido alvo de
questionamento na sociedade russa. Um dos exemplos prende-se com o
debate sobre a permanência do corpo embalsamado de Lenine no mausoléu onde está
na Praça Vermelha, em Moscovo, que se iniciou no final dos anos 1980. Já este
ano a Igreja Ortodoxa Russa Fora da Rússia aproveitou o centenário da Revolução
Russa para abordar este tema ao pedir que os
restos mortais sejam retirados do local.
Ainda que Estaline se
tenha tornado no principal rosto de um regime associado a violência e opressão,
Lenine não passou incólume. Se por um lado, redistribuiu as terras e
nacionalizou a indústria e os bancos com o objectivo de resgatar os
trabalhadores da pobreza, por outro não se coibiu de usar a violência para
derrubar os seus adversários ideológicos.
Ainda assim, espalhados por
alguns territórios que pertenceram à antiga União Soviética, é possível
encontrar vestígios de uma idolatria ao líder que foi o rosto mais icónico da
revolução de 1917. Em alguns casos são monumentos danificados ou
ignorados, resultado das práticas de apagamento da simbologia do regime após a
dissolução da União Soviética e de um passado ainda por resolver.
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